terça-feira, 22 de janeiro de 2013

SP: rede de saúde cresce; hospitais prometidos não saem do papel


Rede de Amas cresceu, mas os três hospitais prometidos não foram construídos

A construção de três novos hospitais municipais, uma das principais promessas da campanha que culminou na reeleição do prefeito Gilberto Kassab (PSD) em 2008, é também uma das metas mais atrasadas da gestão atual. De acordo com dados do Agenda 2012, site de monitoramento mantido pela prefeitura de São Paulo, não só os hospitais nas regiões de Parelheiros, Vila Matilde e Brasilândia não ficarão prontos, como nem sequer saíram do papel, estando ainda em etapa de licitação e contratação para a realização das obras.
Outra importante meta que não será cumprida é a instalação de 50 unidades de atendimento odontológico, as chamadas AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Sorriso – nenhuma foi inaugurada, ainda segundo informações do Agenda 2012.
O fato de não ter sido capaz de entregar importantes bandeiras eleitorais na área da saúde pode ajudar a explicar porque Kassab deixa a prefeitura com aprovação tão baixa – no último ano, o índice oscilou pouco na faixa dos 20%, segundo as principais pesquisas de opinião divulgadas.  De acordo com pesquisa Datafolha divulgada em julho deste ano, 26% dos paulistanos consideram a saúde o pior problema da rede de serviços municipais e, para 38% dos entrevistados, a área deve ser a prioridade do próximo prefeito.
“Como foi uma bandeira de campanha, a proposta (de entregar três novos hospitais) deveria ter sido melhor planejada”, pondera Mario Maia Bracco, coordenador do Grupo de Trabalho Saúde da rede Nossa São Paulo e pesquisador sobre saúde pública do hospital M’Boi Mirim, na zona sul.

Metas cumpridas

Apesar dos atrasos, a prefeitura argumenta que, desde 2004 (quando Kassab era vice do então prefeito José Serra), criou mais de 400 novos serviços de saúde – entre AMAs, Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais, pronto-socorros, entre outros –, aumentando a rede municipal de saúde em 75%. Alega ainda que, no período, foram implantados quatro novos hospitais (M’Boi Mirim, Cidade Tiradentes, Santo Antônio e São Luiz Gonzaga), aumentando em 45% o número de leitos na rede Municipal.
Das 11 metas prometidas para a área da saúde, seis foram cumpridas: colocar 160 novas equipes da estratégia Saúde da Família nas ruas; entregar 39 novos núcleos de apoio à Saúde da Família; ampliar a distribuição de remédio em casa para pacientes com colesterol e triglicérides elevados; entregar remédio em casa para 30% de pacientes com dislipidemia controlada; e inaugurar 20 novas unidades do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs).  O prefeito também prometeu entregar 10 novas AMA Especialidades em sua segunda gestão, e até o início de dezembro, havia inaugurado 19 unidades.
O pesquisador elogia os investimentos na Saúde da Família e nas AMA Especialidades, mas avalia que o avanço foi tímido. “A expansão deveria ter sido maior. Em relação à estratégia de Saúde da Família, o ideal era que 100% da população fosse assistida”, avalia.
Outra meta praticamente cumprida foi a de garantir 7 ou mais consultas para as gestantes cadastradas no programa Mãe Paulistana, cujo índice de eficiência quase batia os 100%.
Para Bracco, porém, um dos principais desafios da próxima gestão é oferecer serviços de maior complexidade e qualidade em todo o território, ainda muito desigual e concentrado, em sua maioiria, na região central da capital paulista.
“Temos hoje um conglomerado de estrutura no centro da cidade, mas os equipamentos estão longe das áreas mais pobres, dos locais onde as pessoas mais adoecem e onde são mais vulneráveis”, avalia o pesquisador.
O prefeito eleito Fernando Haddad (PT) também terá a tarefa de diminuir o tempo de espera para a realização de exames e consultas especializados, que em algumas regiões leva meses. O tema, bastante debatido durante a eleição, é alvo de constantes reclamações dos pacientes que dependem da rede municipal de saúde e também foi objeto de análise do Tribunal de Contas do Município durante a gestão Kassab. Haddad indicou o deputado federal José De Filippi Júnior (PT-SP), engenheiro civil por formação e ex-prefeito de Diadema, para assumir a pasta em sua gestão.

Por: Marina Novaes
Fonte: http://noticias.terra.com.br [Acessado em 22/01/2013 às 11:47] - Link da matéria

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