terça-feira, 29 de novembro de 2011

Saúde com inovação e criatividade

Adriana Baraldi


O setor de saúde está inserido em um sistema complexo que envolve diversidade, multidisciplinaridade, empreendedorismo, educação, gerenciamento de pessoas, redes e organizações,  elementos fundamentais em um processo de inovação e criatividade !

Por isso, a abordagem desses temas no contexto da gestão de saúde em uma fase tão comentada e movimentada da economia global, cuja dinâmica aumenta a necessidade inclusão de novos elementos no mercado e gera demanda por novos modelos de negócios.

Para que o mercado cresça em todas as suas dimensões é preciso integrá-lo a nova realidade por meio da inovação e utilizando criatividade como um recurso a ser administrado também no setor de saúde que tem à disposição dos gestores, elementos favoráveis para geração de novos serviços e soluções alinhados a demanda contemporânea do mercado cujo ambiente é  caracterizado por transformações sociais, políticas, ecológicas e econômicas associadas à importância do conhecimento como recurso criativo e como objeto de gestão nas organizações.

Abre-se uma oportunidade para discutir novas questões dentro de uma modelo de administração que, por um lado deve manter os padrões bem sucedidos que geram resultados e, por outro, deve atender a demanda por novas criações, economicamente competitivas, que gere inovação.

Diante desse novo cenário, as dimensões do conhecimento devem contemplar além dos elementos objetivos, também os subjetivos, possibilitando a incorporação de criatividade nas empresas o que reforça a necessidade de compreensão desse fenômeno no setor de saúde. Motivar o envolvimento emocional requerido ao indivíduo em suas atividades profissionais e permitir a expressão de sua capacidade criativa, aumentando a competitividade das organizações, passa a ser um desafio especialmente complexo nesse setor. Nesse sentido, a relação das pessoas com as organizações acompanha mudanças observadas na sociedade que, cada vez mais, valorizam a interação sistêmica, integral, complexa e holística.

Trabalhar a inovação, como diferencial competitivo característico no cenário econômico atual,   requer das organizações a compreensão de um processo sistêmico que seja capaz de transformar os recursos disponíveis em negócios sustentáveis. Criatividade gera inovação e contribui para o crescimento econômico do negócio. Assim sendo, o contexto requer das organizações inovação como um pilar estratégico,  sua gestão passa a ser fator determinante para a sustentação do crescimento, sua eficácia depende da escolha e motivação de pessoas com competência criativa, para facilitar a solução de problemas, desafiando padrões e vivenciando a organização de maneira sistêmica.
Nessa coluna, pretendemos construir esse tema relacionando-o a gerenciamento na área da saúde.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS)

Por Lindália Vieira

Avaliação de Tecnologias em Saúde é uma atividade multidisciplinar que sistematicamente examina o desempenho técnico, a segurança, a eficácia e a eficiência clinica, os custos, as implicações organizacionais, as conseqüências sociais, considerações legais e éticas da aplicação de tecnologias em saúde (EUR-ASSESS 1977).
Tecnologia em saúde é uma parte indispensável de qualquer sistema de saúde. Durantes os últimos 50 anos todos  os países aumentaram suas bases tecnológicas de cuidados com a saúde, tanto em termos de conhecimentos como de investimentos em equipamentos, materiais médicos e medicamentos.
Mas o que é tecnologia em saúde? Segundo Ronney B. Panarai e Jorge Peña Mohr da Organização Panamericana de Saúde, “ Tecnologia em Saúde” é definida como “o equipamento, material e droga usados em procedimentos médicos e cirúrgicos usados na prevenção, diagnostico, tratamento e reabilitação da doença assim como sistemas organizacionais e de suporte utilizados para entregar cuidados de saúde”
No ano  2000 com a criação do DECIT Departamento de Ciência e Tecnologia como parte do Ministério da Saúde, dentro da Secretaria de Ciência e Tecnologia  começa esta ferramenta ser implantada no Brasil.
Desde 2003, no Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (CCTI ) do Ministério da Saúde, instituiu-se o Grupo de Trabalho Permanente em ATS, visando promover estudos em ATS de interesse para o Sistema Único de Saúde (SUS) e fortalecer o apoio à tomada de decisão sobre tecnologias em saúde.
Com certeza estamos entrando em um novo momento que esperemos realmente venha ser utilizada de forma a tornar o sistema mais eficiente e eficaz.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Desafios da Saúde Suplementar

Por Dra. Maria Tereza V. Lodi

Quando me pediram para escrever sobre Saúde Suplementar fiz uma breve reflexão dos meus 30 anos de atuação como médica ginecologista e 18 anos na Auditoria Médica. Nesse período, atender pacientes por convenio médico era um diferencial e atendia praticamente todas as empresas. Hoje desisti de atendê-las pelos baixos valores pagos, demora no recebimento de faturas e glosas absurdas. E o que mudou nesse tempo?
Primeiro a grande quantidade de médicos no mercado de trabalho que se submetem aos baixos honorários e em compensação atendem em 5 minutos. Como é possível se tirar uma história clinica, examinar , prescrever e orientar as pessoas em poucos minutos? Impossível e, portanto o paciente reclama e vai para outro médico, que pede exames e novamente cobra consulta. Depois de muito reclamar ,ele muda de convenio médico.
Num cenário onde a qualidade é um diferencial, onde estão os gestores das empresas de Saúde Suplementar que não avaliam a qualidade de atendimento de seus prestadores? Onde não há qualidade não há fidelização do usuário! Precisará a ANS criar critérios de qualificação de prestadores de serviço e não as operadoras?
Afinal, quem de nós não gosta do bom atendimento, principalmente nos momentos de fragilidade do ser humano em que há doença e necessidade de cuidados médicos?
As mudanças não são de fácil resolução, pois envolvem vários parceiros, porém, a meu ver, enquanto os honorários médicos forem tão aviltantes não há como evitar os vieses nas cobranças de OPME, nas infusões de medicamentos de alto custo ou mesmo no excesso de solicitação de exames.
Qual é a melhor opção de pagamento? Pay for performance ou pay for fee? Como ter a melhor rede de credenciamento, qualificando os prestadores por índices de qualidade?
Muito temos a fazer para melhorar o sistema de saúde e só a discussão entre todas as partes envolvidas para chegar aos objetivos comuns: assistência médica de qualidade e negócio com lucratividade.
Mas essa é uma longa discussão que vamos desenvolver ao longo do próximo ano e tenho certeza, que muitas ideias surgirão para ajudar aos gestores a melhorar o desempenho de suas empresas, os médicos de sua atividade e o paciente da sua saúde.

domingo, 13 de novembro de 2011

Discutindo a Relação

Por Fanny Zygband

Já se foi o tempo em que a comunicação de uma empresa era uma atividade que se limitava à disseminação de notícias favoráveis sobre a organização e à tentativa de “controlar” os danos causados pelas que não fossem tão favoráveis.

Nos dias de hoje, em que a convergência entre tecnologias e mídias possibilita diálogos cada vez mais frequentes entre todos os meios e públicos e existe grande facilidade para cada indivíduo expressar sua opinião, o modo de enxergar, produzir e veicular as mensagens organizacionais também passa por profundas transformações.  

Nesse cenário, a capacidade de uma organização interagir e manter relações saudáveis com seus públicos de interesse passou a ser, mais do que um diferencial, uma questão de inteligência competitiva. Não é de estranhar, portanto, que a comunicação empresarial assuma gradativamente um papel cada vez mais estratégico, alinhado com a política global da organização, integrado e com um grande desafio: buscar o equilíbrio entre os interesses da empresa e os de seus públicos de relacionamento.

A tarefa não é simples. A interação de uma organização com seus públicos é complexa, plural e multifacetada. Estamos falando de interesses que nem sempre coincidem e que, com alguma frequência, são divergentes e antagônicos. Por isso, não é mais suficiente, para o exercício competente da comunicação empresarial, ser um profissional habilitado, conhecedor de teorias e técnicas. O assessor de comunicação hoje é fundamentalmente um gestor de processos e, na maioria das vezes, um administrador de conflitos.
Não existem receitas ou fórmulas prontas que possam ser aplicadas em todas as organizações. Cada planejamento de comunicação é um processo minucioso, cuidadoso e único, que deve levar em conta as peculiaridades da empresa e as da rede de relacionamentos na qual está inserida.

Atuar em sinergia com os públicos de interesse e incorporar seus objetivos aos da organização implica em uma nova postura no relacionamento, na qual disposição para ouvir, transparência e ética são imperativos. É um caminho que já vem sendo percorrido por várias empresas, com muitos erros e acertos por parte de todos os atores, mas seguramente um caminho sem volta.