domingo, 13 de novembro de 2011

Discutindo a Relação

Por Fanny Zygband

Já se foi o tempo em que a comunicação de uma empresa era uma atividade que se limitava à disseminação de notícias favoráveis sobre a organização e à tentativa de “controlar” os danos causados pelas que não fossem tão favoráveis.

Nos dias de hoje, em que a convergência entre tecnologias e mídias possibilita diálogos cada vez mais frequentes entre todos os meios e públicos e existe grande facilidade para cada indivíduo expressar sua opinião, o modo de enxergar, produzir e veicular as mensagens organizacionais também passa por profundas transformações.  

Nesse cenário, a capacidade de uma organização interagir e manter relações saudáveis com seus públicos de interesse passou a ser, mais do que um diferencial, uma questão de inteligência competitiva. Não é de estranhar, portanto, que a comunicação empresarial assuma gradativamente um papel cada vez mais estratégico, alinhado com a política global da organização, integrado e com um grande desafio: buscar o equilíbrio entre os interesses da empresa e os de seus públicos de relacionamento.

A tarefa não é simples. A interação de uma organização com seus públicos é complexa, plural e multifacetada. Estamos falando de interesses que nem sempre coincidem e que, com alguma frequência, são divergentes e antagônicos. Por isso, não é mais suficiente, para o exercício competente da comunicação empresarial, ser um profissional habilitado, conhecedor de teorias e técnicas. O assessor de comunicação hoje é fundamentalmente um gestor de processos e, na maioria das vezes, um administrador de conflitos.
Não existem receitas ou fórmulas prontas que possam ser aplicadas em todas as organizações. Cada planejamento de comunicação é um processo minucioso, cuidadoso e único, que deve levar em conta as peculiaridades da empresa e as da rede de relacionamentos na qual está inserida.

Atuar em sinergia com os públicos de interesse e incorporar seus objetivos aos da organização implica em uma nova postura no relacionamento, na qual disposição para ouvir, transparência e ética são imperativos. É um caminho que já vem sendo percorrido por várias empresas, com muitos erros e acertos por parte de todos os atores, mas seguramente um caminho sem volta.

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