sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Resumo Semanal

As principais notícias da semana de 14/10 a 18/10


Suspensão de genérico
A Anvisa suspendeu a distribuição, comércio e uso dos lotes BLXCB3003A e BLXCB3006A do medicamento Cefalexina (cápsula de 500 mg), fabricado pela empresa Aurobindo Pharma Indústria Farmacêutica Ltda. Segundo a Anvisa, os lotes suspensos não apresentaram resultados satisfatórios no ensaio de aspecto.


Expansão
A Brasil Pharma inaugurou no último dia 14 seu novo Centro de Distribuição. Com um investimento de 9 milhões, o espaço, localizado na cidade de Canoas no Rio Grande do Sul, vai melhorar a operação logística de toda a região Sul. A Brasil Pharma é a maior rede de varejo farmacêutico.


MP do programa Mais Médicos segue para a Presidência
A Medida Provisória que criou o programa Mais Médicos foi aprovada pelo Senado e agora só falta a sanção presidencial para estar regulamentada. Após passar por uma intensa e complicada votação na Câmara, a aprovação feita pelos senadores foi bem mais tranquila. O programa foi lançado pela presidente Dilma Rousseff em julho, portanto a MP deve ser sancionada sem problemas.


Bradesco Saúde aumenta participação na OdontoPrev
A participação, que já era de 43,5% sobe agora para 50,01%. Para isso, a Bradesco Saúde comprou 6,5% que pertenciam a Randal Zanetti, fundador da OdontoPrev, maior operadora de planos dentais no país. Zanetti ficou agora com 1% da operadora e deixa o cargo de presidente para assumir a vice-presidência do conselho da OdontoPrev. No primeiro semestre, a operadora teve uma receita líquida de R$ 537 milhões.


Investimento
A farmacêutica suíça Roche vai investir US$ 877 milhões para ampliar a produção de medicamentos biológicos. São quatro fábricas escolhidas para receber esses investimentos, localizadas na Suíça, Alemanha e EUA. Os investimentos serão feitos ao longo dos próximos 5 anos. 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Resumo Semanal

As principais notícias da semana de 07/10 a 11/10



Queixas
A fusão da Golden Cross com a Unimed-Rio gerou mais de 1000 reclamações dos consumidores, segundo a ANS. A agência disse ainda que 419 notificações foram emitidas, que ainda poderão ser convertidas em multas.


Solução dos impostos
Em oito dias, um grupo conseguiu recolher mais de 1 milhão de assinaturas para a campanha “Sem imposto, tem remédio”, que é coordenada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias do Brasil (Abrafarma) e pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). O movimento começou devido a uma pesquisa divulgada na última semana que mostra que o Brasil tem os maiores impostos em comparação a outros países. A proposta é reunir dez milhões de assinaturas pela desoneração de tributos e encaminhá-las à Presidência da República, ao Congresso Nacional e aos Governos Estaduais. Até o dia 31 deste mês, os clientes poderão assinar os livros disponíveis nas drogarias participantes.


ANS volta a suspender planos de saúde
A agência anunciou na última quarta-feira que o Superior Tribunal de Justiça autorizou a retomada da suspensão da venda de 246 diferentes planos. Ao todo, 26 operadoras serão afetadas com a decisão.


MP Mais Médicos é aprovada
A Câmara dos Deputados fez algumas alterações, mas aprovou a MP (Medida Provisória) do programa Mais Médicos. A emenda prevê que, após três anos no programa, os médicos estrangeiros que quiserem continuar no país terão que fazer a revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos) e ingressar em uma carreira médica nacional, a ser regulamentada por decreto. Agora, a proposta segue para votação no Senado.


Nobel
Nesta quinta-feira, o Prêmio Nobel de Medicina foi dado aos pesquisadores norte-americanos James Rothman e Randy Schekman e ao alemão Thomas C. Südhof. Os três cientistas descobriram a maquinaria que regula o tráfego de vesículas, o que os organizadores do Prêmio Nobel chamaram de "maior sistema de transporte das nossas células".

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Resumo Semanal

As principais notícias da semana de 30/09 a 04/10



Negociação nacional
A Ultrafarma acertou a compra da rede de drogarias paranaense Extrafarma, 8° maior do país em número de lojas. O negócio foi concretizado com a Ultra obtendo 100% das ações da Imfarma Produtos Farmacêuticos e Cosméticos, dona da marca Extrafarma. O valor total da operação foi de R$ 1 bilhão.


Negociação intenacional
O grupo colombiano Colsanitas comprou a operadora de planos de saúde mineira Vitallis. O valor da negociação foi de R$ 40 milhões e não foi a primeira aquisição do grupo colombiano no Brasil, já que a Colsanitas tem participação de 80% do plano de saúde paulista Universal.


Impostos
De acordo com o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) os impostos são responsáveis por 34% do preço dos remédios no país. A taxa é considerada muito alta, já que os remédios são itens básicos para os brasileiros. Outros países como EUA, França e Japão têm taxas bem menores do que as brasileiras.


Novos planos
A farmacêutica americana MSD apresentou um plano mundial para otimizar o uso de recursos. Esse plano envolve um corte de US$ 2,5 bilhões por ano em custos e investir em mercados com grande potencial, como o Brasil.


Satisfeitos
A ANS divulgou uma pesquisa que mostra que 72% da população está satisfeita com o plano de saúde que tem. O levantamento foi feito pelas próprias operadoras via telefone e a agência fez a auditoria. Ao todo, 89 planos de médio e grande porte concluíram a pesquisa feita de agosto a dezembro de 2012. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Opinião: De olho no sintoma, e não na causa

O imbróglio do programa Mais Médicos do governo federal vem causando, juntamente com outros tópicos quentes na política nacional, certa comoção pública. Trata-se de mais uma tentativa para resolver alguns dos mais persistentes problemas da saúde pública nacional: a falta de profissionais da saúde em locais mais  pobres e nos rincões deste grande país, onde as condições de trabalho são, invariavelmente, inóspitas.
Entretanto, a falta de médicos é um sintoma - o foco mais visível de um problema estrutural – e não uma causa, o que indica que o programa terá muitas barreiras para cumprir o objetivo – garantir saúde.

A situação nesses polos negativos da saúde pública, em geral, advém de três fatores. Dois deles são obviedades ululantes, enquanto o outro é um problema de proporções globais e pode ser verificado apenas com um olhar mais estratégico.

Infelizmente, a escassez de recursos – fato básico da vida humana, diriam os economistas – atinge de maneira mais virulenta as localidades distantes dos grandes centros urbanos, o que inviabiliza investimentos em instalações decentes e nos materiais mais básicos.

Em condições verdadeiramente improvisadas, é praticamente impossível para qualquer médico, formado onde quer que seja conseguir desempenhar o mínimo necessário para suas funções, colocando, assim, a vida de uma comunidade inteira em risco. O mesmo ocorre nas periferias de metrópoles, tão ou quase drasticamente atingidas pelo descaso público com a falta dos aportes necessários.

Outro entrave é que, em boa parte das vezes, essas localidades são palco do estado de natureza hobbesiano* redivivo: ali, a voz mais forte comanda e a insegurança impera. É necessária uma dose de coragem muito grande para que os médicos formados nas grandes universidades deixem seus postos, onde atuam de maneira bem mais efetiva, para correr riscos e aceitar o fato de que sua atuação, sem as condições mínimas de segurança e práticas médicas ideais, pode vir a arriscar a vida de seus pacientes.

Esses dois tópicos, conjugados, materializam um paradoxo imponente: os salários oferecidos em situações como essa já eram, antes do Mais Médicos, de alguma forma atraentes, mas que nem assim ajudou a ocupar devidamente os postos vagos.

O último ponto, quiçá o que mais consome recursos – que estariam mais bem investidos nos tópicos apresentados anteriormente –, são os resultados de estilos de vida que levam milhões de vidas ao caminho das doenças crônicas, de tratamento caríssimo e que diminuem a produtividade da economia nacional.
São prognósticos que poderiam ser evitados com a devida prática de Gestão de Saúde Populacional (GSP), jargão que diz respeito à promoção de comportamentos saudáveis com o devido acompanhamento especializado.

O conceito de GSP é simples e intuitivo. Ele propõe a troca dos cuidados reativos (quando a doença já se instalou) pelos preventivos; ele altera o padrão de visitas aos consultórios apenas em situação extrema por um acompanhamento sazonal, rotineiro; e, por fim, tem por finalidade mudar os comportamentos dos colaboradores com vistas a estilos de vida mais saudáveis.

O desafio é convencer a sociedade que se trata de um investimento para a comunidade e não de um gasto. É um investimento na modificação de comportamentos dos cidadãos, para que estes passem, por exemplo, de sedentários com sobrepeso e como conseqüência, cronicamente doentes, para indivíduos com estilos de vida mais saudáveis.

Pela camada mais superficial e aparente, o benefício mais óbvio dessas práticas é a redução, no médio prazo, dos gastos com tratamentos, já que será menor a utilização dos serviços médicos, o que costumamos chamar de sinistralidade.

Já com o olhar mais atento ao gasto à margem, o absenteísmo e o presenteísmo podem ser reduzidos drasticamente. Atualmente, chega-se a gastar 2,3 vezes a mais com a improdutividade do que com o tratamento direto. Enquanto melhoramos a qualidade do dia a dia dos brasileiros, tornando o local de trabalho mais produtivo, atuamos positivamente, e não apenas negativamente, como costuma ocorrer com investimentos em saúde.

Resultados ótimos seriam atingidos apenas com a atenção a todo esse cenário. Mas o fato é que essas soluções são de longuíssimo prazo e, nas atuais condições, dependeriam de uma cooperação entre o governo e as entidades privadas, assunto que, por si só, pode gerar muita discussão.

*Paulo Marcos Senra Souza é medico formado em 1974 na UFRJ –presidente da Asap (Aliança para a Saúde Populacional)

*Texto divulgado pelo site UOL
 http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2013/09/30/opiniao-de-olho-no-sintoma-e-nao-na-causa.htm