segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Avaliação de Tecnologias em saúde

Lindalia Vieira

Continuando nossa tarefa de falar sobre  Avaliação de Tecnologias em Saúde aqui identificada pela sigla ATS, é importante primeiro entender sua origem, seus objetivos e atualizar vocês sobre o que acontece no mundo sobre este assunto.

No artigo anterior mostramos a definição do que é entendido por tecnologias em saúde, neste nosso objetivo é informar o objetivo desta ferramenta de gestão sua origem, e sua utilização.

ATS surgiu da necessidade que os gestores de saúde tinham de melhor avaliar novas drogas que, com muita velocidade entravam no mercado.

 Assim, na Europa, em meados dos anos 60 investimentos em saúde feitos na incorporação de novas  drogas deveriam ser avaliados para que assegurassem ganhos na qualidade de saúde ofertada a população de forma eficiente.

Desde então este conhecimento  vem se expandindo  como  um importante instrumento de gestão que é utilizada  por governos através de agencias regulatórias, serviços de saúde e profissionais de saúde para investimentos em saúde, racionalização de recursos e fundamentalmente para garantir maior eficiência aos sistemas de saúde, com segurança para a população.

Existem importantes agencias governamentais e instituições independentes que  são referencias neste assunto. Algumas delas como o NICE  (National Institute of Clinical Excelence) foram fundamentais para a expansão deste conhecimento e difusão de sua prática.

Em 1993 foi criada na Suíça a INAHTA ( International Network of Agencies for Health Technology Assessment) uma organização sem fins lucrativos que atualmente possui 53 membros de 29 países do mundo, incluindo o Brasil, que tem como objetivo a troca de experiências e resultados de pesquisa, compartilhando informações de diferentes culturas.

Ao longo desses quase 30 anos a ATS foi utilizada para melhorar os sistemas de saúde, já há muita  experiência e comprovações que por enquanto essa tem sido a melhor forma de maximizar os recursos de saúde. Mas saúde tem suas nuances que não passam somente pela melhor forma de utilizar recursos, fazer  investimentos há o aspecto social, humanitário e político. ATS é um instrumento político para atingir de compromissos  sociais e metas humanitárias com racionalidade de recursos e transparência de investimentos.

 Vamos terminando por aqui este artigo mas gostaríamos que para o próximo artigo você pudesse  participar enviando duvidas, sugestões de temas e perguntas sobre o assunto, assim nosso blog se torna mais dinâmico e interativo, o que você  acha?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Saúde com inovação e criatividade

Adriana Baraldi


O setor de saúde está inserido em um sistema complexo que envolve diversidade, multidisciplinaridade, empreendedorismo, educação, gerenciamento de pessoas, redes e organizações,  elementos fundamentais em um processo de inovação e criatividade !

Por isso, a abordagem desses temas no contexto da gestão de saúde em uma fase tão comentada e movimentada da economia global, cuja dinâmica aumenta a necessidade inclusão de novos elementos no mercado e gera demanda por novos modelos de negócios.

Para que o mercado cresça em todas as suas dimensões é preciso integrá-lo a nova realidade por meio da inovação e utilizando criatividade como um recurso a ser administrado também no setor de saúde que tem à disposição dos gestores, elementos favoráveis para geração de novos serviços e soluções alinhados a demanda contemporânea do mercado cujo ambiente é  caracterizado por transformações sociais, políticas, ecológicas e econômicas associadas à importância do conhecimento como recurso criativo e como objeto de gestão nas organizações.

Abre-se uma oportunidade para discutir novas questões dentro de uma modelo de administração que, por um lado deve manter os padrões bem sucedidos que geram resultados e, por outro, deve atender a demanda por novas criações, economicamente competitivas, que gere inovação.

Diante desse novo cenário, as dimensões do conhecimento devem contemplar além dos elementos objetivos, também os subjetivos, possibilitando a incorporação de criatividade nas empresas o que reforça a necessidade de compreensão desse fenômeno no setor de saúde. Motivar o envolvimento emocional requerido ao indivíduo em suas atividades profissionais e permitir a expressão de sua capacidade criativa, aumentando a competitividade das organizações, passa a ser um desafio especialmente complexo nesse setor. Nesse sentido, a relação das pessoas com as organizações acompanha mudanças observadas na sociedade que, cada vez mais, valorizam a interação sistêmica, integral, complexa e holística.

Trabalhar a inovação, como diferencial competitivo característico no cenário econômico atual,   requer das organizações a compreensão de um processo sistêmico que seja capaz de transformar os recursos disponíveis em negócios sustentáveis. Criatividade gera inovação e contribui para o crescimento econômico do negócio. Assim sendo, o contexto requer das organizações inovação como um pilar estratégico,  sua gestão passa a ser fator determinante para a sustentação do crescimento, sua eficácia depende da escolha e motivação de pessoas com competência criativa, para facilitar a solução de problemas, desafiando padrões e vivenciando a organização de maneira sistêmica.
Nessa coluna, pretendemos construir esse tema relacionando-o a gerenciamento na área da saúde.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS)

Por Lindália Vieira

Avaliação de Tecnologias em Saúde é uma atividade multidisciplinar que sistematicamente examina o desempenho técnico, a segurança, a eficácia e a eficiência clinica, os custos, as implicações organizacionais, as conseqüências sociais, considerações legais e éticas da aplicação de tecnologias em saúde (EUR-ASSESS 1977).
Tecnologia em saúde é uma parte indispensável de qualquer sistema de saúde. Durantes os últimos 50 anos todos  os países aumentaram suas bases tecnológicas de cuidados com a saúde, tanto em termos de conhecimentos como de investimentos em equipamentos, materiais médicos e medicamentos.
Mas o que é tecnologia em saúde? Segundo Ronney B. Panarai e Jorge Peña Mohr da Organização Panamericana de Saúde, “ Tecnologia em Saúde” é definida como “o equipamento, material e droga usados em procedimentos médicos e cirúrgicos usados na prevenção, diagnostico, tratamento e reabilitação da doença assim como sistemas organizacionais e de suporte utilizados para entregar cuidados de saúde”
No ano  2000 com a criação do DECIT Departamento de Ciência e Tecnologia como parte do Ministério da Saúde, dentro da Secretaria de Ciência e Tecnologia  começa esta ferramenta ser implantada no Brasil.
Desde 2003, no Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (CCTI ) do Ministério da Saúde, instituiu-se o Grupo de Trabalho Permanente em ATS, visando promover estudos em ATS de interesse para o Sistema Único de Saúde (SUS) e fortalecer o apoio à tomada de decisão sobre tecnologias em saúde.
Com certeza estamos entrando em um novo momento que esperemos realmente venha ser utilizada de forma a tornar o sistema mais eficiente e eficaz.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Desafios da Saúde Suplementar

Por Dra. Maria Tereza V. Lodi

Quando me pediram para escrever sobre Saúde Suplementar fiz uma breve reflexão dos meus 30 anos de atuação como médica ginecologista e 18 anos na Auditoria Médica. Nesse período, atender pacientes por convenio médico era um diferencial e atendia praticamente todas as empresas. Hoje desisti de atendê-las pelos baixos valores pagos, demora no recebimento de faturas e glosas absurdas. E o que mudou nesse tempo?
Primeiro a grande quantidade de médicos no mercado de trabalho que se submetem aos baixos honorários e em compensação atendem em 5 minutos. Como é possível se tirar uma história clinica, examinar , prescrever e orientar as pessoas em poucos minutos? Impossível e, portanto o paciente reclama e vai para outro médico, que pede exames e novamente cobra consulta. Depois de muito reclamar ,ele muda de convenio médico.
Num cenário onde a qualidade é um diferencial, onde estão os gestores das empresas de Saúde Suplementar que não avaliam a qualidade de atendimento de seus prestadores? Onde não há qualidade não há fidelização do usuário! Precisará a ANS criar critérios de qualificação de prestadores de serviço e não as operadoras?
Afinal, quem de nós não gosta do bom atendimento, principalmente nos momentos de fragilidade do ser humano em que há doença e necessidade de cuidados médicos?
As mudanças não são de fácil resolução, pois envolvem vários parceiros, porém, a meu ver, enquanto os honorários médicos forem tão aviltantes não há como evitar os vieses nas cobranças de OPME, nas infusões de medicamentos de alto custo ou mesmo no excesso de solicitação de exames.
Qual é a melhor opção de pagamento? Pay for performance ou pay for fee? Como ter a melhor rede de credenciamento, qualificando os prestadores por índices de qualidade?
Muito temos a fazer para melhorar o sistema de saúde e só a discussão entre todas as partes envolvidas para chegar aos objetivos comuns: assistência médica de qualidade e negócio com lucratividade.
Mas essa é uma longa discussão que vamos desenvolver ao longo do próximo ano e tenho certeza, que muitas ideias surgirão para ajudar aos gestores a melhorar o desempenho de suas empresas, os médicos de sua atividade e o paciente da sua saúde.

domingo, 13 de novembro de 2011

Discutindo a Relação

Por Fanny Zygband

Já se foi o tempo em que a comunicação de uma empresa era uma atividade que se limitava à disseminação de notícias favoráveis sobre a organização e à tentativa de “controlar” os danos causados pelas que não fossem tão favoráveis.

Nos dias de hoje, em que a convergência entre tecnologias e mídias possibilita diálogos cada vez mais frequentes entre todos os meios e públicos e existe grande facilidade para cada indivíduo expressar sua opinião, o modo de enxergar, produzir e veicular as mensagens organizacionais também passa por profundas transformações.  

Nesse cenário, a capacidade de uma organização interagir e manter relações saudáveis com seus públicos de interesse passou a ser, mais do que um diferencial, uma questão de inteligência competitiva. Não é de estranhar, portanto, que a comunicação empresarial assuma gradativamente um papel cada vez mais estratégico, alinhado com a política global da organização, integrado e com um grande desafio: buscar o equilíbrio entre os interesses da empresa e os de seus públicos de relacionamento.

A tarefa não é simples. A interação de uma organização com seus públicos é complexa, plural e multifacetada. Estamos falando de interesses que nem sempre coincidem e que, com alguma frequência, são divergentes e antagônicos. Por isso, não é mais suficiente, para o exercício competente da comunicação empresarial, ser um profissional habilitado, conhecedor de teorias e técnicas. O assessor de comunicação hoje é fundamentalmente um gestor de processos e, na maioria das vezes, um administrador de conflitos.
Não existem receitas ou fórmulas prontas que possam ser aplicadas em todas as organizações. Cada planejamento de comunicação é um processo minucioso, cuidadoso e único, que deve levar em conta as peculiaridades da empresa e as da rede de relacionamentos na qual está inserida.

Atuar em sinergia com os públicos de interesse e incorporar seus objetivos aos da organização implica em uma nova postura no relacionamento, na qual disposição para ouvir, transparência e ética são imperativos. É um caminho que já vem sendo percorrido por várias empresas, com muitos erros e acertos por parte de todos os atores, mas seguramente um caminho sem volta.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Papel do Profissional de Vendas na Área da Saúde. Será que o modelo se esgotou?

Por Francisco Piccolo

Antes de tudo, peço licença aos leitores recém-chegados a esse blog – assim como eu, para uma breve reflexão sobre a proposta desse artigo que escrevo a convite da InHealth, e que, supostamente deveria fazer parte de uma série sobre “Alta Gestão e Liderança”.
Confesso que me peguei pensando sobre o que, de fato, seria algo apropriado ao time da “Alta Gestão”, ou seja o que poderia agregar valor a este grupo, quais seriam os temas de maior interesse e quais poderiam ser suas ansiedades e expectativas que pudessem de fato gerar interesse e boas discussões.
Bem, na verdade me peguei mesmo foi refletindo sobre o que realmente significaria essa tal de Alta Gestão. Primeira reflexão: Se existe uma alta, presume-se que também haja uma média e uma baixa, correto? Imagino que todos concordarão que sim, afinal já ouvimos esses termos várias vezes em nossas organizações. Quantas vezes vocês já não se pegaram discutindo ou pelo menos sendo informados sobre, por exemplo, os papéis e responsabilidades da “média ou da alta gerência”? Eu já, muitas vezes. Portanto, podemos assumir que essa classificação teria lugar provavelmente nos níveis hierárquicos e de responsabilidades atribuídas aos seus membros dentro de uma organização. Quanto mais perto da “Alta Liderança” mais se falaria sobre “Alta Gestão”. Lembro que os modelos de liderança e gestão foram criados tomando-se como referência os modelos militares, os quais por necessidade buscam a melhor alocação de recursos para obter resultados através de outros, utilizando-se o conceito de 2Cs -  comando e controle e tendo a hierarquia mais rígida como favorecedora desse propósito.
Bem, como não revisitei esse tema do ponto de vista acadêmico, sei que isso poderá gerar boas discussões para o nosso blog. Afinal é essa a proposta, certo?
Nesse ponto, os leitores devem estar se perguntando. Mas o que isso tem a ver com a proposta do título desse post? Muito. Explico: Primeiro, por eu ter participado nos últimos anos de inúmeros grupos de trabalho e ao mesmo tempo liderado algumas empresas e áreas de negócios e suas equipes. E também, por ter feito parte do tal time da “Alta Gestão”, não me lembro de muitas ocasiões onde se tenha discutido de maneira estratégica e aprofundada o papel do profissional de vendas na área da saúde.
Discutimos sim, muitas vezes, a alocação adequada de recursos na área de vendas/demanda/comercial visando manter ou incrementar o SOV (share of voice), discutimos territórios de trabalho, volume de clientes, número de contatos segmentação de clientes, mensagens promocionais, etc. Além é claro, das famosas atividades de SFE (Sales Force Effectiveness – Efetividade de Força de Vendas). Sempre, visando obter o máximo desse recurso nobre e de alto custo para as organizações. Os nossos profissionais de vendas.
No entanto, muito poucas vezes participei de discussões mais “estratégicas” sobre que papel teria esse profissional, especialmente nos momentos atuais, onde se vê um nível cada vez maior de restrições a sua atuação junto aos profissionais da área da saúde, especialmente os médicos. Cada vez mais nos damos conta de que as agências reguladoras e as entidades de classe estabelecem barreiras ao contato e ao conteúdo dirigido a esses profissionais. Cada vez mais, vemos as prescrições serem dirigidas por protocolos e diretrizes terapêuticas, seja no âmbito público ou privado. Cada vez mais, as empresa buscam estabelecer uma relação ética e transparente, dentro das normas de “compliance corporativo”. Sem falar é claro, das restrições estabelecidas pelos próprios médicos, advindas do número cada vez maior de empregos e atividades educacionais aos quais são submetidos em suas atribuições profissionais.
Como podem ver, tema amplo e interessante (pelo menos para mim), o qual espero tenha sido devidamente apresentado para que tenhamos boas discussões por parte dos leitores interessados.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Este é apenas o início !

Caros Amigos, especialistas, profissionais, gestores e interessados na área da saúde.

O blog Gerenciamento em Saúde nasce com o objetivo de promover conhecimento, troca de experiências e expandir o relacionamento entre todos que atuam e se interessam pela área da saúde.

A dinâmica do blog, contando com 4 escritores permanentes e um convidado especial, proporcionará ao leitor um cardápio de temas atualizados e diversos sobre a saúde no Brasil e no mundo.

Junte-se a nós para transformar este blog em uma referência na área da gestão da saúde.